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Mostrando postagens de agosto, 2010

MARIA, MÃE DAS DORES

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Santíssimo, Jesus atravessou um grande mar de sofrimentos de toda espécie. Portanto, o sofrimento não pode ser conseqüência de pecado pessoal. Se o fosse, que sentido teria o convite expresso por Jesus aos discípulos de tomar diariamente a cruz, ou seja, todas as circunstâncias humanas, incluídos o sofrimento e a adversidade, e segui-lo (Lc 14,27)? Conservo comigo uma frase pronunciada em dia de retiro mensal pelo meu Confrade Frei Ademar Spindeldreier, em maio de 1975, um mês e meio antes de morrer num acidente rodoviário. A frase ganha valor, porque Frei Ademar se tornara, por seu permanente estado de saúde, um verdadeiro mestre na espiritualidade do sofrimento: "Só quem não ama a Deus pode dizer que o sofrimento é crueldade". Maria de Nazaré, imaculada e santíssima, jamais tocada pela sombra do pecado, mergulhou no oceano do sofrimento a ponto de ser identificada como a Mãe das Dores. As raízes de seu sofrimento não estão plantadas na lama do pecado, mas na paixão de

A PASSAGEM DE MARIA PARA A ETERNIDADE

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Ao longo da história, tanto os teólogos quanto a piedade popular se dividiram na opinião se Maria morreu de fato ou se apenas adormeceu e foi levada ao céu em corpo e alma pelos anjos. A basílica em sua honra em Jerusalém chama-se exatamente "Dormitio Mariæ" e um dos documentos mais antigos que temos sobre os últimos dias de Maria também leva esse título. O dogma da Assunção de Maria, proclamado em 1950, não dirimiu a questão, afirmando que "a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste". O corpo de Maria, elevado ao céu, podia já ser um corpo glorificado, como o de Jesus após a ressurreição. Tanto os que falam em morte natural de Maria quanto os que falam em sono profundo da Mãe de Deus têm seus bons argumentos. Estes últimos argumentam com sua conceição imaculada. Se a morte é conseqüência do pecado, Maria, sem pecado e sem sombra de pecado, não podia morrer. Lembram também

ELEVADA AO CÉU EM CORPO E ALMA

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O último, no sentido de mais recente, dos quatro dogmas marianos é o da assunção em corpo e alma ao céu de Maria, proclamado pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, festa de Todos os Santos. Esta verdade de fé só tem sentido considerada como conseqüência lógica da maternidade divina de Maria. Maria é uma criatura de Deus Criador, por isso mesmo teve um início e um final de vida na terra. No início, temos sua conceição imaculada, em previsão de sua maternidade divina. No final, temos sua assunção gloriosa, como coroamento de uma vida humana vivida sem pecado, "cheia de graça" (Lc 1,28), íntegra no corpo e na alma, inteiramente consagrada à missão para a qual Deus a escolhera. Na curta fórmula usada pelo Papa Pio XII para proclamar o dogma da assunção de Maria, que vem dentro da constituição apostólica "Munificentissimus Deus", são explicitamente citados os outros dogmas marianos: a conceição imaculada, a maternidade divina e a virgindade perpétua. A sol

MÃE MOSTRA-NOS TEU ROSTO

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O amor exige presença. Quem ama gosta de estar perto da pessoa amada, gosta de olhar nos olhos e sentir-se envolto pela ternura. Na história da Igreja, os cristãos sempre buscaram formas de cultivar e enaltecer a relação de amor para com Nossa Senhora, seja através da música, da poesia, das litanias, ou da pintura. Mesmo sem ter registros históricos, acredita-se que quem primeiro retratou a face de Nossa Senhora foi o Evangelista São Lucas, que teria pintado o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. E em homenagem a ele que celebramos o dia do pintor no mesmo dia que a Igreja celebra a sua memória. São Lucas foi um dos primeiros missionários do mundo greco-romano. Seu nome aparece nas cartas do Apóstolo Paulo, apresentado como seu companheiro nas lutas pela evangelização. Seu nome está gravado na memória dos cristãos, associado ao Evangelho que ele narrou e também ao livro dos Atos dos Apóstolos. Seus escritos revelam, de maneira encantadora, o seu carinho para com a Mãe de Je

A GLORIFICAÇÃO DE MARIA

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Celebramos a solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria. Trata-se de uma festa antiga, que tem o seu fundamento último na Sagrada Escritura: de fato, ela apresenta a Virgem Maria estreitamente unida ao seu Filho divino e sempre solidária com Ele. Mãe e Filho mostram-se estreitamente associados na luta contra o inimigo infernal até à plena vitória sobre ele. Esta vitória expressa-se, em particular, na superação do pecado e da morte, isto é, em vencer aqueles inimigos que São Paulo apresenta sempre em conjunto (cf. Rm 5, 12.15-21; 1 Cor 15, 21-26). Por isso, como a ressurreição gloriosa de Cristo foi o sinal definitivo desta vitória, também a glorificação de Maria no seu corpo virginal constitui a confirmação final da sua plena solidariedade com o Filho tanto na luta quanto na vitória. Deste profundo significado teológico do mistério fez-se intérprete o Servo de Deus o Papa Pio XII ao pronunciar, a 1º de novembro de 1950, a solene definição dogmática deste privilégio mar

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO

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No dia 8 de dezembro, a Igreja celebra a solenidade da Imaculada Conceição, professando que a Mãe de Jesus foi concebida sem o pecado original, herança com que todos nascemos. A festa é celebrada no tempo litúrgico do Advento, de preparação para o Natal. Neste tempo, é importante lembrar-se também daquela que foi escolhida por Deus para ser a mãe do Verbo Encarnado; o Filho de Deus vem até nós através de uma mulher. CHEIA DE GRAÇA - Para ser a mãe de Cristo, Deus escolheu uma mulher santa e pura, cheia de graça. Por isso, como afirma o Concílio Vaticano II, na constituição “Lumen gentium”, Maria, “desde o primeiro instante de sua existência, é enriquecida com uma santidade surpreendente, absolutamente única.” (LG 56) É esse o mistério que celebramos no dia 8 de dezembro: para ser digna Mãe do Verbo, Deus preservou Maria do pecado original e a fez cheia de graça, a fez imaculada desde sua concepção. REMIDA POR CRISTO - A doutrina da santidade original de Nossa Senhora se firmou in

PORQUE COROAMOS NOSSA SENHORA

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A devoção que a Igreja tem de coroar a imagem da Virgem Maria em muitas datas em que celebramos uma festa a ela dedicada, em especial no mês de Maio, é muito antiga. Este gesto quer externar o carinho que sentimos pela Mãe de Jesus e nossa Mãe. Não se trata de uma devoção vazia de sentido, e nem mesmo a consideramos uma deusa, pois Maria não é um fim em si mesma. Não é meta, mas é sinal. Sua missão é sempre nos apontar Jesus. Ela é aurora que antecede a luz radiante do magnífico Sol que é Cristo. Coroamos a sua Imagem, porque em nosso coração Ela tem um lugar especial, pois pelo seu “fiat” (faça-se) Deus torna-se Homem em seu seio virginal. Ao anúncio do Arcanjo Gabriel, que falou - lhe claramente: “o santo que vai nascer de ti será chamado filho de Deus”. (Lc 1,35), Maria não titubeia e se coloca como serva, não só com palavras, mas logo vai ao encontro de sua prima Isabel, que ao receber sua visita, exclamou: “donde me esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor“. (Lc 1,43)

MARIA CONSOLADORA DOS AFLITOS

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Diante das cruzes da vida, devemos procurar o colo da Mãe Toda mãe tem um jeito especial para consolar seu filho. É comum vermos aquela cena do neném chorando no colo dos parentes e amigos. Só o colo da mãe é capaz de fazer a criança parar de chorar e até dormir com aquela sensação gostosa de segurança. Imagino que esta tenha sido a experiência do apóstolo João ao pé da cruz (cf. João 19, 25). Ele devia estar extremamente aflito. Seu melhor Amigo pendia naquela cruz. Pouco antes da morte ele escutara palavras de confiança e dor: “Filho, eis aí a tua mãe; mãe eis aí o teu filho”. Normalmente imaginamos que com aquele gesto, Jesus pedira que João cuidasse de sua mãe. De fato, foi isso que aconteceu. João levou Maria para sua casa e cuidou dela até o final de sua vida. Mas podemos também inverter a história. Naquele momento, o jovem João precisava muito mais de cuidado do que a Santíssima Virgem Maria. Imagino que ela tenha dito palavras de encorajamento para ele e o tenha consolado

SAUDAÇÃO A NOSSA SENHORA

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Pouco antes de expirar, no Calvário, Cristo outorgou a Maria a missão de protetora dos homens; ao dizer, na terceira palavra: “Mulher, eis ai o teu filho; “Eis a tua Mãe” (Jô, 19, 26-27). Momento terno e majestoso: entrega à Maria a humanidade, fazendo dela a Mãe espiritual de todos os homens, eco bíblico e universal. É o Redentor que designa Maria Mãe dos Homens. A tarefa dada a Maria sucede, em momento especialíssimo: quando o Calvário se torna o primeiro Templo da Cristandade, protótipo e modelo de todos os templos, que substitui o Templo Judaico do Antigo Testamento. No Calvário, o Redendor une os homens, dando-lhes a própria mãe como mãe de todos, tornando Maria eixo de fé e de esperança. A missão de Maria principiou no Paraíso, quando Deus falou que a mulher esmagaria a cabeça do réptil, como participante do trabalho salvífico. No anúncio de Gabriel: “Bendita és Tu entre as mulheres”. A virgem do anúncio tornou-se mais tarde a “Stabat” do Calvário. Na visitação, Maria vi

MEDITAR AS COISAS DO ALTO.

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MEDITAR NAS COISAS DO ALTO Bem-aventurados os que agem como Isaque: "Saíra Isaque a meditar no campo". Ah, se meditássemos mais nas "coisas" de Deus... Conheceríamos empiricamente os verdadeiros prazeres da alma; Tudo ao nosso redor ganharia um sentido mais elevado e mais nobre; Erraríamos cada vez menos. Mas a meditação exige um exercício constante: "Sair". "Saíra Isaque a meditar". Para se pensar as “Coisas do Alto” tem-se que “sair” dos pensamentos que povoam e poluem nossas mentes; Para se buscar as “Coisas que são do Alto” tem-se que deixar as coisas que nos absorvem neste mundo; “Marta, Marta, porque te preocupas com tantas coisas se uma só te é necessária?” A meditação exige um “Deixar Tudo” para estar a sós com Deus. Tem que “Sair” do ambiente tumultuado; É necessário se “Afastar” dos ruídos das tarefas ordinárias; É preciso adentrar o “Extraordinário” momento do Encontro com Deus. Meditar é discernir a melhor e mais im

VOCAÇÃO

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Falamos muito de vocação. Quando dizemos que alguém tem vocação, afinal o que queremos dizer? A palavra vocação vem do verbo no latim "vocare" (chama?). Assim vocação significa chamado. É, pois, um chamado de Deus. Se há alguém que chama, deve haver outro que escuta q responde. A vida de todo ser humano é um dom de Deus. "Somos obra de Deus, criados em Cristo Jesus" (Ef 2,10). Existimos, vivemos, pensamos, amamos, nos alegramos, sofremos, nos relacionamos, conquistamos nossa liberdade diante do mundo que nos cerca e diante de nós mesmos. Não somos uma existência lançada ao absurdo. Somos criaturas de Deus. Não existe homem que não seja convidado ou chamado por Deus a viver na liberdade, que possa conviver, servir a Deus através do relacionamento fraternal com os outros. Você é uma vocação. Você é um chamado. Encontramos na Bíblia muitos chamados feitos por Deus: Abraão, Moisés, os profetas... Em todas as escolhas, encontramos: •Deus chama dlretamente, pela m

DOGMAS DA IGREJA

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Como é vista hoje pela Igreja a questão dos dogmas? Os dogmas não são verdades obscuras, mas verdades imensamente luminosas. Tais verdades, mais que serem explicadas, explicam questões profundas de nossa existência. Por exemplo, o dogma da Assunção mostra o destino último de nosso corpo, que é a glória. E já que se trata do corpo de uma mulher, corpo aviltado de tantos modos, mostra como Deus se “vinga” disso, exaltando o corpo da Virgem numa apoteose suprema. Ademais, os dogmas são mistérios que se celebram na liturgia. É aí que se vê melhor seu conteúdo. Mostram o que Deus faz em seu amor por nós. Que os dogmas sejam algo que supera a inteligência humana não significa que sejam de per si incompreensíveis, mas que possuem tanta luz que ofuscam nossa pobre vista, só feita para as coisas deste mundo. Porém, graças à fé, podemos refletir sobre eles e obter deles uma luz imensa para nossa vida. É possível sustentar nos dias de hoje como verdade dogmas tão antigos? Os dogmas não são