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Mostrando postagens de dezembro, 2010

SOBRE A DOR

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Enquanto o fagote avança no lúgubre primeiro movimento da Sinfonia 6 de Tchaikovsky, a melodia da dor vai se desenhando. A vida ainda se debate na valsa propositalmente desequilibrada do segundo movimento e na marcha do terceiro. Vida à procura de sentido, de equilíbrio. A vida na dor finalmente cede à morte no quarto movimento e vai se esvaindo até o silêncio. Picasso brinca com o rosto humano e o descobre torto, desconexo. Então pinta “Guernica”, o quadro da dor da guerra, no qual homens e animais, aos pedaços, se debatem no lençol negro da incompreensão. O sol é uma lâmpada sem força. Não há outra expressão além da dor soberana, e as gentes que se entregam à morte. A dor transforma o homem; porém, ainda bela, nos comove e vai comover as gerações que virão. Na intensa prova do Ironman em Kona, os corpos perfeitos das primeiras horas da chegada dão lugar à beleza da resistência. Os triatletas renomados chegam oito horas depois do início. Porém, não são eles os heróis. Até à meia

MORDOMIA RESPONSÁVEL

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René Padilla Nós, evangélicos em geral, não temos dado ao tema do meio ambiente a devida atenção. É urgente abordá-lo sob uma perspectiva bíblica e voltada para o cumprimento da missão a que Deus nos chamou como mordomos de sua criação em um mundo onde reinam dois males intimamente ligados entre si: o abuso dos recursos da criação e a injustiça social. A afirmação com que a Bíblia se inicia não dá lugar a dúvidas: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Na terra que surge do nada pelo poder de sua Palavra, Deus cria, em primeiro lugar, o cenário para a vida humana. Depois, sobre este cenário, coloca o homem e a mulher, criados à sua imagem e semelhança, e lhes comissiona o mandato cultural: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a” (Gn 1.28a). Como no caso da existência de Deus, a revelação bíblica considera indiscutível o fato de que Deus delegou aos seres humanos um papel único na criação. O texto mostra claramente que a criação da humani

A obrigação de levantar quem está indevidamente ajoelhado e de pôr de joelhos quem está indevidamente em pé

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Quando Cornélio se encontrou com Pedro na entrada de Cesareia, o militar romano ajoelhou-se e curvou a cabeça diante do ex-pescador da Galileia. Imediatamente, Pedro fez com que ele se levantasse e disse: “Fique de pé, pois eu sou apenas um homem como você” (At 10.26). O ser humano não pode ser tratado como Deus por outro ser humano. Nem pode desejar tal coisa para si mesmo. Deus está acima de qualquer ser angelical e de qualquer pessoa. Está escrito: “Temam o Senhor, o seu Deus, e só a ele prestem culto” (Dt 6.13; Mt 4.11, NTLH). O verdadeiro cristão precisa aprender e executar duas artes gêmeas: a arte de levantar os que estão indevidamente ajoelhados e a arte de fazer ajoelhar os que estão indevidamente em pé. Ambas são difíceis e requerem sabedoria e coragem. Mesmo sob contínuas e exageradas palmas, o ser humano não pode esquecer-se de que é um ser humano. Mesmo gostando de colecionar muitos títulos e diplomas, muitas coroas e cetros, muita importância e dinheiro, ele não p

A VIRGEM DA DOCE ESPERA

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O Messias vem para a Virgem Mãe, é impossível se preparar para o Natal para além da contemplação da alegria indizível que possuía Santa Maria esperançoso quanto ao futuro de seu nascimento imediata seguinte. Isso é o que se entende por "Nascimento Expectativa"ou "O dia de Santa Maria", como era chamada em outra época, ou "Nossa Senhora do Ó", como popularmente chamado também de hoje. Foi na Espanha, em Toledo, no concelho décimo lugar em 656, com S. Eugênio III Bispo do que ver e, posteriormente, muito dedicado à Virgem Maria, San Ildefonso, foi levado a sério o suficiente para se espalhar. A intuição de pessoas chamado de jovens grávidas Maiden "Virgen de la O" baseia-se na contemplação direta das obras pictóricas ou esculturais que redondeza piamente natural da Virgem abaulamento grávida. A origem do título é mais espiritual, porém mais finas, e menos somáticas litúrgica. É originário das antífonas de Vésperas marianas início de oração c