PRIMEIRA VIA DE SOFRIMENTO DOS PASTORINHOS


Existem vários tipos de sofrimento que poderíamos enumerar, porém é possível classificar na espiritualidade dos pastorinhos duas vias de sofrimentos com virtudes de santidade.

Primeira via - Os sofrimentos que eu ofereço a Deus, através das praticas de sacrifícios e penitências. E a segunda via são, os sofrimentos que Deus nos envia como um mistério de dor, mas com resultado de graças.

Estudaremos melhor agora estas duas vias como sugestão sábia oferecida pelos pastorinhos, para lidar com nossos sofrimentos.

Alguns dos sofrimentos que generosamente os pastorinhos ofereceram a Deus em ato de reparação pelos pecados com que Deus é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores, foram sofrimentos que partiram da iniciativa deles, através de grandes sacrifícios e com profundo sentimento de consolar o Imaculado Coração de Maria e reparar os pecados com que Deus é ofendido.

Vejamos alguns exemplos que caracterizam a primeira via:

Por vezes os pastorinhos não comiam a merenda, que era a sua refeição do meio-dia, para distribuírem primeiro as ovelhas e depois aos pobrezinhos, dizia o Francisco. “Demos a nossa merenda às ovelhas e fazemos o sacrifício de não merendar”. Deixavam muitas vezes de comer os figos e as uvas apetitosas que muitas vezes sua mãe lhes trazia enquanto brincavam. Jacinta que nunca se esquecia dos pobres pecadores disse: “Não os comemos – dizia ela – e oferecemos este sacrifício pelos pecadores”. Depois, saíam pela rua a levar as uvas apetitosas para as crianças que brincavam. Os pastorinhos tinham costume de durante o tempo que cuidavam do rebanho se alimentarem das bolotas de Azinheira, uma árvore muito típica
em Portugal. Um certo dia, a pequena Jacinta a reclamar de muita fome, Francisco logo sobe a arvorezinha para encher os bolsos, mas Jacinta logo se atina que, recordando dos pobres pecadores, sugere a Francisco, trocar as bolotas da Azinheira pelas dos Carvalhos, que são extremamente amargas. Isso, só para oferecer como sacrifício pelos pecadores. Faziam habitualmente este sacrifício. Um dia Lúcia questiona dizendo: “Jacinta, não comas isso, que amarga muito”. E ela responde: “Pois é por ser amarga que eu como, para converter os pecadores”. Tinham também por costume de vez em quando, oferecer a Deus o sacrifício de passar uma novena sem beber água, e o fizeram isso uma vez durante um mês inteiro em pleno verão em que o calor é sufocante. Certa vez, quando estavam a rezar o Terço na Cova de Iria e, Jacinta sofria uma terrível dor de cabeça por causa da sede que sentia. Havia ali perto um lago, onde varias pessoas lavavam roupas sujas e os animais iam beber água e banhar-se. Jacinta atentou-se para beber daquela água, mas Lúcia intervém; “Desta não!” e sugeriu andar mais um pouquinho a pedir sua Tia Maria dos Anjos, mas Jacinta responde: “Não! Dessa água boa não quero. Bebia desta, porque, em vez de oferecer a Nosso Senhor a sede, oferecia-lhe o sacrifício de beber desta água suja”. E acrescentou: “Nosso Senhor deve estar contente com os nossos sacrifícios, porque eu tenho tanta, tanta sede! Mas não quero beber; quero sofrer por seu amor”. Traziam ainda na cintura, uma corda e batiam com urtigas nas pernas. Francisco levou tão a sério, que além de passar o dia com a corda amarrada na cintura, dormia também com ela. Era tão forte este sacrifício que, Nossa Senhora na aparição de Setembro, pede que Francisco modere este sacrifício. “Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda; trazei-a só durante o dia.” (Memórias da Ir. Lúcia)

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