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Mostrando postagens de setembro, 2009

A EXTRAORDINARIA BELEZA DA CRUZ

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O madeiro, o homem, o sangue. Natureza e humanidade num encontro mortal. Um espetáculo macabro, com requintes do absurdo, mas curiosamente proporcionando beleza. Uma sinfonia onde a dissonância produziu melodia. Do embate amargo entre a truculência romana e a disponibilidade intrigante de um rapaz judeu, nasceu o baile da esperança. Coisas de um Deus detalhista, amorosamente artístico. Deus abraçou a cruz, mas permaneceu com os braços abertos, formando assim o majestoso canal por onde angústias e ódios podem esvair-se... A cruz é o ponto exato da convergência dos contrastes. A mais aguda dor, na mais doce ternura. A mais apavorante cena, no enredo mais lindo. O frágil judeu espancado, revelando o "Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (Is. 9.6). No auge das trevas, a luz reclama. No alto da cruz, o Deus solitário grita, mas não é um grito, é meu nome que escapa. Benditos contrastes. Nos ombros, o peso do mundo. Um caminhar lento, pesaroso,

A ALEGRIA LOGO VEM

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"Ao anoitecer pode vir o choro; mas a alegria vem pela manhã" (Salmo 30. 5b). Não há quem escape de ter momentos de alegria e momentos de tristeza se intercalando, tendo em vista que, conforme já dissemos (*), vida cristã não é "certificado de imunidade" contra dissabores, nem é "certificado de isenção" de problemas. Jesus mesmo nos alerta: "No mundo passais por aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16. 33). Pode parecer, conforme palavras acima, que a alegria é passageira, e que a tristeza é insistente e duradoura, se arraiga em nós, e não nos deixa por nada que se possa imaginar ou fazer. Pode até ser, todavia não é a regra, pois para os seguidores de Jesus sempre há os momentos de alegria, de satisfação, de regozijo, de exultação até, estes sempre superando aqueles. Não é qualquer alegria que agrada a Deus, o que já a caracteriza como não verdadeira, aí sim passageira, breve, sem consistência, com base em valores menores, que

A MULHER NÃO FOI FEITA PARA BRIGAR

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É um sentimento de tristeza, impotência e decepção. Pelo menos esta é a impressão que tenho quando vejo duas ou mais mulheres se engalfinhando seja num bar, numa rua, numa praça ou na porta de alguma escola. Drummond escreveu certa vez: "Moça bonita foi feita para namorar. /Soldado barbudo foi feito para brigar. /Só eu não brigo. /Só eu não namoro". Mulheres brigando é uma cena triste, patética e inesquecível. Sou do tempo em que ser romântico era uma coisa muito natural. O homem procurava agradar a mulher com mimos, carinhos, flores e algumas frases feitas, geralmente nada originais. Década de 70, e lá se foram mais de 30 anos! Bom observador que sempre fui, analisava as mulheres discretamente e via nelas algo tão sublime que até me perdia nos gestos e nas palavras procurando uma forma melhor de agradá-las. Daí surgiu a necessidade de escrever poemas para agradar as mulheres. Percebi então que elas têm um "fraco" por poesia. Embora nem sempre conseguisse agradar as

MERCADO E FAMILIA

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O divórcio cresceu, no Brasil, de 3,3 para 17,7 em cada 100 casamentos, entre 1984 e 2002, de acordo com a pesquisa patrocinada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).1 Descobriu-se uma correlação significante entre a chegada da televisão e o aumento dos divórcios. Analisando os censos de 1970, 80 e 91, Chong e La Ferrara descobriram que a proporção de mulheres separadas ou divorciadas cresce significantemente com a chegada das telenovelas. Isso fica mais evidente em cidades menores, onde o sinal de televisão atinge uma fração maior da população. A pesquisa buscou a influência das novelas sobre a situação socioeconômica das mulheres. Seus autores dizem que as novelas criticam, sistematicamente, valores tradicionais e fomentam a circulação de ideias modernas, como a emancipação e o fortalecimento da mulher no trabalho e em casa. “Separação e divórcio são reflexos naturais dessas atitudes”, dizem eles. O estudo abrangeu todas as novelas da Globo, de 1965 a 2004. Os resultados

ATEUCRACIA E HETEROFOBIA

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Robinson Cavalcanti A humanidade conviveu e tem convivido com regimes não-democráticos: monarquias absolutas, teocracias, ditaduras, aristocracias, oligarquias, que privilegiam famílias, etnias, religiões, partidos ou classes. Com a substituição do poder personalizado pelo poder institucionalizado, surgiram os Estados Nacionais, as constituições e a democracia, como “o povo politicamente organizado”. Na maioria das vezes, o formalismo democrático e a liturgia das eleições apenas legitimam grupos, que controlam os aparelhos do Estado. Ao povo cabe apenas escolher periodicamente, entre os escolhidos, os seus senhores. Presencia-se no Ocidente, sob a fachada da democracia, uma nova autocracia: a dos ateus e agnósticos e materialistas secularistas -- netos do Iluminismo -- contra a maioria religiosa dos cidadãos. Essa ideologia aparece mais nítida com o término da Guerra Fria, e pretende confundir Estado laico com Estado secularista. Por Estado laico se entende aquele legalmente separado d

SÓ PROTEGEMOS QUANDO AMAMOS.

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“A gente protege o que a gente ama”, declarou recentemente o filho de Jacques Cousteau. Se alguém não cuida, é porque não ama. Ou seja, descuidar da natureza e de si mesmo é evidência não apenas de desnaturação, mas também de falta de amor à vida e a si próprio. Por exemplo, quem sorve constantemente as 4.720 substâncias contidas no cigarro, muitas delas cancerígenas, maltratando assim sua “casa corporal”, (cf. 1Co 12.22) dificilmente será consistente na defesa da “casa comum”, até porque não se importa com os fumantes passivos ao seu redor nem com a condição de semiescravidão dos fumicultores. Quem se conforma com a “dose diária inaceitável” de agrotóxicos no leite materno e no alimento em geral não se interessará em desmascarar o agronegócio como insustentável em termos ambientais (devastação), sociais (trabalho escravo) e econômicos (rendição ao sistema bancário e às multinacionais controladoras das sementes e da maléfica transgenia). Logo, a tolerância com as pequenas incoerências

CUMPRIR A VONTADE DE DEUS

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O Salmo que Paulo chama acertadamente de Salmo segundo (At 13.33) denuncia a histórica hostilidade humana contra Deus: “Os reis da terra tomam posição e os governantes conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu ungido, e dizem: ‘Façamos em pedaços as suas correntes, lancemos de nós as suas algemas’ ” (Sl 2.1-3). As palavras podem parecer figura de retórica, mas há muita coincidência entre elas e o que tem ocorrido no passado recente e no presente. A conspiração existe. Manifesta-se tanto aberta como veladamente. Porém, é tão infantil lutar contra Deus que “o Senhor põe-se a rir e caçoa deles” (v. 4). A tranquilidade de Deus baseia-se no triunfo do bem sobre o mal, da verdade sobre a mentira, do eterno sobre o temporal, do real sobre o aparente, do vinho novo sobre o vinho velho, do que ele diz sobre o “disse-que-me-disse” dos homens, do conteúdo sobre o invólucro. A tranquilidade de Deus firma-se também em sua vontade, sua soberania, seu poder e seus desígnios. Deus não se perturb