Todas as crianças estão em risco hoje em dia. Milhões sofrem com a pobreza e outros milhões sofrem com os efeitos da prosperidade. Estas têm tudo para viver, mas nada pelo que viver. Em um mundo globalizado, digital, todas as crianças estão expostas e vulneráveis a violência, abuso, negligência, prostituição e pornografia. Em sistemas escolares burocráticos a maioria das crianças suportam sistemas educacionais deficientes e com conteúdo anti-Deus. Outras ameaças incontáveis abundam. E há mais do que ameaças externas, materiais, seculares. Li um artigo recente que me relembrou que a nossa luta não é contra a carne e o sangue. Jonathan Parnell,1 escreve que “existe uma guerra pelas crianças, e nós todos estamos, de um jeito ou de outro, exercendo um papel nesta guerra. Toda vez que avançamos como pais fiéis (ou cuidamos de crianças em algum aspecto, incluindo a defesa de direitos daqueles que ainda nem nasceram, ou nos voluntariando para o berçário aos domingos), estamos lutando contra demônios”. Não há nada que Satanás e seus demônios odeiam mais do que crianças. Ele sempre usou pessoas más e sem Deus para roubá-las, matá-las e destruí-las. Nós vemos seus esquemas e atrocidades em toda a Palavra. Algumas passagens que lemos na Bíblia se parecem com as manchetes dos nossos dias: - A criança de colo é arrancada do seio de sua mãe; o recém-nascido do pobre é tomado e vendido (Jó 24.9). - Meninos são trocados por prostitutas! “Lançaram sortes sobre o meu povo e deram meninos em troca de prostitutas; venderam meninas por vinho, para se embriagarem” (Jl3.3). - Crianças sacrificadas por seus próprios pais! (Jr 32.35). Minha canção de Natal favorita, “Oh, cidadezinha de Belém”, tem os bonitos versos “Tão quieta te encontramos, sobre teu sono profundo e sem sonho as estrelas silentes passam”. No entanto, a cidadezinha de Belém quando Jesus nasceu não estava quieta e profundamente adormecida, como a doce canção sugere. Longe disso, era um lugar de violência terrível e morte chocante, lamento e sofrimento. Aquelas primeiras crianças de Belém morreram porque Satanás odiava o bebê Jesus. Em certo sentido, elas morreram no lugar do menino Jesus. Elas foram as precursoras de milhares, ou até milhões de crianças que vieram a ser mártires por causa do Unigênito e por causa das boas novas que o Filho trouxe ao mundo. No livro Adopted for Life,2 Russell Moore afirma que “seja através de maquinações políticas como as de Faraó e de Herodes, seja através de conquistas militares nas quais exércitos sanguinários arrancam bebês dos ventres das grávidas (Am 1.13), ou através de ações aparentemente mais “rotineiras” de desintegração da família e de instalação do caos familiar, as crianças sempre são feridas. A história da humanidade está repleta com seus cadáveres (p. 63). As potestades demoníacas odeiam bebês porque odeiam a Jesus. Quando destroem ‘o menor deles’ (Mt 25.40, 45), a criança mais vulnerável entre nós, o Maligno destrói a imagem de Jesus” (pp. 63-64). O Antigo Testamento termina com uma verdade profunda e séria. A não ser que os corações dos pais se voltem para os filhos, “Eu castigarei a terra com maldição”. Passaram-se quatrocentos anos de silêncio, até o nascimento daquela criança de Belém. Podemos olhar ao nosso redor e ver que a terra está castigada com uma maldição. À medida que vemos o abuso, a exploração e a negligência das crianças, sabemos que não era dessa forma que Deus queria que elas vivessem. A terra está amaldiçoada. Maldição não se remove com comida, remédios, nem com livros ou educação. Maldição não se remove com mais recursos, programas ou intervenções. Maldição é algo espiritual e deve ser removida com uma intervenção espiritual. Então, sim: Como cristãos, usaremos todas as ferramentas e ideias disponíveis para proteger e sustentar as crianças preciosas que nos foram confiadas. No entanto, nossas armas incluirão algo muito mais poderoso e definitivo do que as intervenções seculares costumeiras. Nós vamos orar. Nós vamos orar sem cessar. Nós vamos encharcar tudo que fazemos e imaginamos em oração e intercessão. Agiremos conforme o escritor de Lamentações nos exorta: “Levante-se, grite no meio da noite, quando começam as vigílias noturnas; derrame o seu coração como água na presença do Senhor. Levante para ele as mãos em favor da vida de seus filhos, que desmaiam de fome nas esquinas de todas as ruas” (Lm 2.19). • Dan Brewster é diretor de programas acadêmicos da Compassion International. Tem como principal responsabilidade servir como conselheiro e consultor para seminários e instituições cristãs sobre programas para o desenvolvimento integral da criança. Participou do planejamento e monitoramento de projetos de ajuda humanitária e voltados para o desenvolvimento infantil e familiar em mais de cinquenta países. Dan é doutor em missiologia pelo Fuller Theological Seminary. Ele e a esposa, Alice, vivem em Penang, na Malásia, e têm três filhos adultos. Dan é o autor do nosso lançamento de junho A Criança, a Igreja e a Missão. Paz e bem

Comentários

Unknown disse…
Bastante sério o problema vivido pelas crianças nos dias de hoje. E sinto que o maior problema é esta vida corrida pelos pais que não podem dar atenção aos seus filhos. Porém existem pais gananciosos que em busca de acúmulos materiais trocam carinho e amor por presentes. (compram seus filhos como se fossem mercadorias). Mas tudo isso podia ser conciliado: trabalho, lazer, se nestas famílias existissem um pouquinho da presença de DEUS. Que pena que a vida passa e famílias inteiras vivem felicidades e prazeres tão momentâneos e nunca saberão o verdadeiro sabor de uma vida bem vivida. Só Deus poderá nos proporcionar esta verdadeira alegria.
Rezemos, rezemos muito pela conversão de tantas pessoas que ainda não descobriram a triste doença que trazem em seus corações: ausência de DEUS. Abraços
vali maria soteli disse…
Muito sério os problemas vividos pelas crianças, adolescentes e jovens nos dia de hoje. A ausência dos pais que por vários motivos os deixam órfãos de pais vivos produzem jovens rebeldes, tristes, dependentes, violentos. Vivemos um momento em que o que conta é o status. Ninguém mais tem tempo pra ninguém. Nem mesmo para os filhos; Auxiliá-los nas tarefas escolares; catequética. Não se percebe mais se os filhos estão bem de saúde. Vizinhos, babás e parentes viraram a família destas crianças. A escola deixou de ser um estabelecimento de ensino para se transformar em um estabelecimento paternalista. Professores, muitas vezes são pais, merendeiros, enfermeiros e muitos outros "eiros". Como queremos um mundo de paz se estamos permitindo a formação de seres humanos sem amor, sem compaixão, sem respeito por si mesmo e pelos outros? Estamos oportunizando a formação de pessoas de coração frio,egoístas sem sentimentos para promover atitudes, palavras e obras que agradam a DEUS.
Rezemos. Rezemos muito pela conversão das pessoas que ainda não acordaram para o verdadeiro significado da vida: Uma vida de paz, harmonia e muito amor. E esta maravilha só se encontra quando se tem DEUS como prioridade em nossa vida.
Fiquem com Deus.

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