ORAÇÃO A NOSSA SENHORA ESPOSA DO ESPIRITO SANTO


Esposa do Espírito Santo,

Mãe da divina graça!

Fazei-nos compreender que as alegrias de Deus,

que ninguém pode tirar,

só podem ser usufruídas pelas almas que se empenham

em viver a sério a santidade a que Jesus nos chamou:

Sede, pois, perfeitos,

como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.




Fazei-nos entender, Mãe nossa,

que essas alegrias,

intimamente unidas à paz que o mundo não pode dar,

são fruto do Espírito Santo

– que é o Amor no seio da Trindade – ,

da docilidade à sua Graça, às suas inspirações

e, sobretudo, aos seus sete Dons.




Que vejamos que elas são

fruto da vida interior,

da união com Cristo na Cruz,

da mortificação generosa;

da vibração apostólica,

da entrega aos que ignoram e erram,

da solicitude para com os que sofrem

e da caridade para com todos.




Que compreendamos que essas alegrias

procedem somente do "fogo de Cristo"

– o divino Espírito Santo! –

que a alma em Graça leva,

como num templo,

dentro do coração.





***




Por isso, Mãe, nós vos pedimos:

– Não permitais que esse fogo se apague.

Livrai-nos do desleixo espiritual,

da moleza consentida,

da displicência nas coisas de Deus,

da piedade formal e do dever rotineiro,

da indiferença para com o próximo,

da conivência disfarçada com as tentações,

do desejo mascarado de tirar uma lasquinha

de cada um dos sete pecados capitais.




Mãe da divina Graça,

curai as chagas abertas na alma

pelo nosso egoísmo – "vento gelado"

que apaga as chamas de Pentecostes –,

e pelo nosso amor-próprio mesquinho,

que se empenha em entronizar o "eu",

com seus "gostos", "vontades" e "vaidades",

no altar do coração onde só Deus deveria reinar.

Livrai-nos de querer justificar a nossa negligência

com mil desculpas tíbias e "razões sem razão".

Fazei-nos compreender com luzes claras

que a tibieza – para dizê-lo com palavras de São Paulo –

contrista o Espírito Santo de Deus.

***

Ajudai-nos a entender especialmente, Mãe,

que a primeira coisa

que a tibieza "afoga" na alma do cristão

– quando atraiçoamos o Amor –

são os sete dons do Espírito Santo:

– Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza,

Ciência, Piedade e Temor de Deus.




Os sete Dons, Senhora!

Eles são os sete sopros do Amor da Trindade

que enfunam as velas da alma em Graça

e a dirigem, veloz, para Deus.

Eles são as brisas do Céu que,

suave e fortemente,

impelem as velas do barco da alma,

sempre que a alma a elas se abra, generosa,

e se deixe guiar, transparente,

como um diamante puro de três faces:

a fé, a esperança e o amor.




***




Eles, os sete Dons,

são as mãos do Amor divino

que guiam o leme dessa barca frágil.

São igualmente

– como os antigos diziam–

as chuvas que fecundam a alma,

e a tornam capaz de dar frutos,

os frutos do Espírito Santo

que São Paulo assim enunciava:

Alegria, paz, paciência,

amabilidade, bondade, lealdade,

mansidão, autodomínio, castidade.


Os sete Dons são ainda, Mãe

– que maravilha! – ,

indescritível esplendor de luz,

força invencível,

cálido consolo e aconchego,

e, no final da vida, nos levam

a entrar, felizes para sempre,

no próprio seio do Coração de Deus.




Por isso, Mãe, nós vos pedimos,

pela intercessão de São Josemaria,

que nos obtenhais do Espírito divino

esses sete tesouros, esses sete dons,

sem os quais é impossível que a alma

avance, de claridade em claridade,

de amor em amor,

seguindo os passos de Cristo

até alcançar a santidade e o Céu.

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