O OLHAR DE MARIA

Cada um de nós terá certamente pelo menos uma história na sua vida em que terá sentido a mão de Deus. Esta que quero partilhar convosco não é propriamente sobre a mão de Deus, mas sobre o olhar de Nossa Senhora.

Eu era daquelas pessoas que passava bem sem possuir imagens (esculturas) de Jesus, de Maria, muito menos de um Santo. E porquê? Porque muito tinha ouvido a pessoas de outras crenças que "Deus disse: «Não adorarás imagens feitas à minha semelhança»". E também porque muitas vezes presenciei pessoas entrarem na Igreja, irem rezar aos pés de uma imagem de Nossa Senhora, do Sagrado Coração de Jesus ou outra e ignorarem o essencial: Jesus vivo e presente no Sacrário. Por isso, quanto a imagens... pelo sim, pelo não... eu não precisava delas.

Até que um dia fui a Fátima, a uma Assembleia do Renovamento Carismático e, no primeiro dia, quando me deslocava da residencial para o Centro Paulo VI onde decorria a Assembleia, ia distraída a olhar para as montras, quando reparei numa imagem de Nossa Senhora de Fátima. Tinha um olhar tão triste e ao mesmo tempo tão terno, que não me cansava de olhar para ela. Andei todo o fim-de-semana a "namorá-la". Cada vez que ia para a residencial ou para o Centro Paulo VI, lá parava naquela montra. Por fim, lá entrei e perguntei o preço. Era muito cara, porque era de madeira. Sabia lá eu que de todos os materiais, a madeira era a mais cara... e, para mim, o material não interessava, só aquele rosto e aquele olhar... Nunca tinha visto um rosto de Nossa Senhora tão bonito e tão triste. Que fazer? Eu, que não tencionava alguma vez vir a adquirir uma imagem, estava agora "apaixonada" por uma e das mais caras. Correspondia ao meu salário de um mês.

Deixei-me vencer e levei-a comigo para casa. Até hoje, está à cabeceira da minha cama. E porque será que isto me aconteceu? Creio que foi por dois motivos: primeiro, para aprender que as imagens não nos fazem mal, pelo contrário, são sinais divinos junto de nós; segundo, a minha mãe tinha falecido há bem pouco tempo e Nossa Senhora quis dizer-me: "Estou aqui. Agora sou eu a tua mãe".

Ainda hoje não me canso de contemplar aquele rosto. Às vezes parece sorrir, às vezes parece triste, mas... nunca a vi zangada.
A.P.S.

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